domingo, 30 de maio de 2010

Acabar o dia ao som de música Jazz

Hoje acaba mais um fim-de-semana aqui em Bruxelas, mas vendo noutra perspectiva está também a começar uma nova semana e um novo mês. O mês que vai ser o último desta experiência. Vai ser um mês diferente, já que só estamos cá eu e a Helena e existe imensa gente na residência a ir-se embora e por outro lado também já não há tanta gente para "nos encontrarmos pela Europa".
Este vai ser também o mês da viagem à Escócia e da visita da Cristina e do Filipe. Em termos de trabalho, vai provavelmente ser o pior mês, já com a pressão de acabar a tese.
Hoje foi dia de fazer limpeza geral ao quarto e de lavar roupa (aqui a lavagem de roupa é um processo muito complexo com várias idas e vindas ao piso -1). É bom começar uma nova etapa com tudo limpo e arrumado. Os lugares arrumados ajudam-nos a ter também a cabeça arrumada e a seguir em frente.

Depois de me dedicar a estas tarefas caseiras, ao final da tarde fui com a Helena e com a Magdalena para o centro da cidade, e não podia ter havido melhor maneira de acabar esta tarde de Domingo. Está a decorrer em Bruxelas a "Brussels Jazz Marathon", ou seja, este fim-de-semana havia música por todo o lado no centro da cidade. Os vários cafés do centro tinham música jazz ao vivo e as pessoas acumulavam-se à porta a ouvir e a dançar. A Grand Plaza tinha um palco montado e cadeiras e mesas onde as pessoas se podiam sentar a ouvir música enquanto comiam, bebiam e conversavam. Sentamo-nos aí a ver o anoitecer nesta praça. A Grand Plaza é sempre muito bonita, mas ao final de tarde com o sol a reflectir-se nos edificios ganha uma beleza especial. E se este cenário for acompanhado por um concerto de música jazz, pode-se dizer que é uma forma perfeita de acabar o dia.

Despedida do João

Depois de voltar de Paris, a minha vida esta semana entrou na rotina: Laboratório-Residência, mas como sempre, os fim-de-semanas vem quebrar a monotonia da semana. Hoje foi o último dia de Erasmus do João. Estamos a entrar na fase das despedidas, aqui na residência quase todos os dias há alguém que se vai embora e ai pela Europa muitos dos meus amigos que estavam em Erasmus, também estão a regressar a Portugal. Os sentimentos são muito diversos, eu fico à espera para ver qual vai ser a sensação de voltar definitivamente para Portugal daqui a 5 semanas e meia.
A despedida ao João começou ontem com uma saída à noite em Bruxelas (curiosamente a primeira vez que saímos os dois juntos cá!).
Hoje, para fazermos a vontade ao João fomos ao Buffet de pizzas, já estava prometido desde que chegamos e foi de certo modo simbólico, porque foi no sitio onde tivemos o nosso primeiro almoço os 3 cá em Bruxelas. Depois de almoço fomos dar uma volta no centro, para o João comprar os últimos "recuerdos". O centro enche sempre durante o fim-de-semana, principalmente quando há sol, o que aconteceu hoje.
A Grand Plaza estava cheia de mesas e cadeiras para um festival de Jazz que esta a decorrer. Um bom postal de despedida de Bruxelas, ver a Grand Plaza cheia de gente e de animação.

Depois do João arrumar tudo e dividir tudo o que deixava cá por nós fomos para a cozinha, enquanto esperávamos pela hora do autocarro. Foram as últimas horas do João cá. Vou ter saudades deste meu "coleguinha de erasmus". Dos jantares hipercalóricos de lasanha e massas, das visitas ao fim da tarde, das "discussões" na cozinha, de ouvir as histórias do EPSA e dos ratos, dos nossos momentos de fofoca FFUL...
Mas se esta experiência para o João já acabou, para mim e para a Helena ainda vai continuar durante mais 5 semanas, por isso, depois de nos despedirmos dele, voltamos para a cozinha onde estivemos a provar café turco com uns doces turcos mesmo deliciosos trazidos pela Chidem da turquia. O café turco tem uma forma especial de preparação que ela nos esteve a ensinar, já estou a pensar em terminar os próximos jantares em Lisboa com café turco. :)

Mas por agora, ainda estou em Bruxelas, e aqui estou eu a beber o meu café turco no meio de dois turcos, com a minha caneca londrina. Isto é ser internacional!

Mas ainda mais internacional foi o que se passou a seguir. Hoje foi dia de festival da canção. Então, juntamos um grupo na cozinha para assistir. Cada uma torcer pelo seu país e a comentar as votações que os outros países lhes davam. Eu que nunca liguei muito ao festival da canção, estava entusiasmadíssima a comentar tudo. Como a grande maioria dos que estávamos a assistir éramos portugueses e espanhóis acabou por ser uma disputa ibérica, mas muito saudável.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fim do dia (do lado quente da saudade)

Esta é a imagem da janela do meu quarto e a letra da banda sonora neste meu final de tarde.
Adoro a luz que entra no meu quarto ao final da tarde e esta música é a banda sonor perfeita para este momento. É uma das letras da Mafalda Veiga que mais gosto e que consegue descrever tanta coisa ao mesmo tempo.



Esperei-te no fim de um dia cansado à mesa do café de sempre, o fumo, o calor e o mesmo quadro na parade ja azul poente. Alguém me sorri do balcão corrido, alguém que me faz sentir que há lugares que são pequenos abrigos para onde podemos sempre fugir.

Da tarde tão fria à gente que chega e toma um café apressado e há os que entram com o olhar perdido à procura do futuro no avesso do passado. O tempo endurece qualquer armadura e às vezes custa a arrancar muralhas erguidas à volta do peito que não deixam partir nem deixam chegar.

O escuro lá fora incendeia as estelas, as janelas, os olhares e as ruas, cá dentro o calor conforta os sentidos num pequeno reflexo da lua

Enquanto espero percorro os sinais do que fomos q ainda resiste, as marcas deixadas na alma e na pele do que foi feliz e do que foi triste.

Sabe bem voltar te a ver, sabe bem quando estas ao meu lado.
Quando o tempo nos vazia sabe bem o teu abraço fechado
E tudo o que me das quando és guarida junto à tempestade,
os rumos para caminhar o lado quente da saudade

terça-feira, 25 de maio de 2010

Paris

Paris!...
Paris é indescritível. É uma cidade que supera todas as expectativas. Consegue ser monumental e grandiosa, mas ao mesmo tempo é uma cidade de detalhes.
É uma cidade romântica por excelência, o romantismo sente-se por todo o lado, mas também se sente arte e história em cada rua, em cada recanto.
É juntamente com Viena a cidade que já visitei com que me identifiquei mais. Paris ganha pelo rio, Viena ganha pela delicadeza e educação das pessoas.
Chegamos a Paris no Sábado, mais tarde do que estávamos à espera (para variar). Depois das formalidades no Hostel, seguimos para o centro da cidade começando por visitar a Ópera.

Da Ópera fomos para o Palácio Real, onde tiramos esta foto. Aqui estou eu e as minhas três companheiras de viagem por Paris, Catarina, Joana e Helena.


Depois do Palácio Real fomos fazer o percurso pelos monumentos mais emblemáticos: Notre Dame, Louvre, Arco do Triunfo e Torre Eiffel.
Quando chegámos à beira do rio Sena tivemos o primeiro grande embate com a verdadeira beleza de Paris.
Nas ruas de Paris vêm-se imensos casais de todas as idades a passear e a aproveitar o romantismo da cidade. E como qualquer destino romântico, Paris tinha que ter um sítio para os apaixonados deixarem as suas juras de amor. Esse sitio é numa das pontes que atravessa o Sena, onde cada casal deixa um cadeado, tentando imortalizar a sua relação. Por detrás de cada cadeado está uma história diferente, uma história única e especial para quem a construiu.

E finalmente Notre Dame. É uma igreja bonita, mas nada de extraordinariamente monumental. Tem valor mais por razões históricas e arquitectónicas.

Depois de Notre Dame, o Louvre. É um museu que vale pela "forma" e pelo "conteúdo". Não tivemos tempo para visitar o "conteúdo" com a calma e o tempo que ele merece, mas a "forma", isto é todo o edifício e espaços envolventes são lindos.
E porque estas fotografias já se tornaram um clássico nas nossas viagens, o Louvre pareceu-nos um bom local para uma repetição da sessão fotografica.

O Louvre está rodeado de magníficos jardins.
Depois dos jardins, descemos os "Champs Elysees", que estavam caóticos porque havia uma manifestação de agricultores.
No fim dos "Champs Elysees", finalmente o Arco do Triunfo.
Depois de ver tanta coisa, já estávamos muito cansadas, mas ainda faltava o mais importante: A Torre Eiffel.
Chegamos perto da Torre Eiffel já estava a começar a anoitecer, e esta foi a primeira imagem que tivemos. É lindo as várias perspectivas que se pode ter da Torre Eiffel dependendo da hora do dia e do local da cidade onde nos encontramos.

Subimos até ao segundo piso, e quando lá chegamos já era de noite. É lindo ver a vista de Paris da Torre Eiffel de noite, dá verdadeiro sentido à expressão: Cidade das Luzes

No outro dia de manhã, saímos logo cedo do Hostel e fomos visitar a "Conciergerie", uma antiga prisão onde esteve a Maria Antonieta e ainda "La Chapelle", uma capela muito diferente, onde se encontravam um reliquiário com pedaços da cruz de Cristo, mas que se encontrava em obras e não podemos ver.
Depois seguimos para os "Invalides" onde se encontra o túmulo do napoleão.

Depois destas voltas todas em Paris, fomos passar a tarde a Versailles.
Versailles é de sonho, lindo e grandioso. É daquele género de sítios que ultrapassam o que conseguimos imaginar. É impossível registar em fotografias aquilo que se vê, mas aqui estão algumas tentativas.

Não é só por fora, que Versailles é grandioso, por dentro há uma sucessão de divisões imponentes que nunca mais acabam. Nos corredores, a multidão é compacta e há turistas do mundo inteiro. Visitar tudo é mesmo muito cansativo, mas vale muito a pena.

Esta foi a minha divisão preferida, é também a mais célebre.

Os maravilhosos jardins.

Já ao final do dia, o último momento em Versailles, uma última imagem para guardar na memória.

Voltamos para Paris de comboio, exaustas. Estávamos no metro já a chegar a casa quando a Catarina propõe ainda irmos visitar a igreja da Madeleine. Mas eram 11 da noite, supostamente devia estar fechado. Mas não, chegamos lá e estava a acabar um concerto e conseguimos visitar a igreja mesmo a estas horas estranhas. E ainda bem porque adorei. Adoro estes imprevistos, estas visitas não planeadas que acontecem durante as viagens e que nos surpreendem e marcam. Gostei muito desta igreja pelo simples pormenor de ser a única igreja em que no altar principal se encontra Maria Madalena e em que Cristo aparece num plano mais secundário. Curioso. Gostei também muito da escultura principal.

No outro dia, começamos por voltar à Torre Eiffel para tirar mais algumas fotos e aqui está mais uma das muitas perspectivas que se pode ter da Torre Eiffel.

De seguida voltamos ao Louvre, para visitar por dentro.


Ou melhor, voltamos ao Louvre para ver a Mona Lisa.
E não fomos as únicas pessoas a ter essa ideia. Tão engraçado como a Mona Lisa propriamente dita é a multidão que se acotovela para conseguir uma foto do famoso quadro.

Do Louvre fomos para Montmatre onde fica a Basílica do "Sacre-coeur".

A correr, ainda fomos ao Moulin Rouge. Sinceramente acho que não vale muita a pena. É a única "imagem de marca" de Paris que me desiludiu.

Por fim, um último passeio por Paris.

E fica a vontade de lá voltar. Paris é uma cidade que se deve visitar tantas vezes quantas a vida nos permita.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Com os dois pés em Bruxelas

Depois destes dias em Portugal e das emoções de ontem à noite a receber o relato do Sarau Académico por telemóvel (muito obrigado a todos os que iam mandando mensagens) está na altura de fazer um ponto final paragrafo a Portugal e voltar-me para a vida aqui em Bruxelas.
Desde quarta-feira tenho passado o dia no laboratório e neste momento estou na minha hora de almoço, enquanto espero que o meu "Real time PCR" acabe.
Esta semana fui também pela primeira vez ao cinema aqui, ver o Robin Hood, gostei imenso, mas o cinema aqui é muito mais caro que em Portugal (9euros) não é experiência para se repetir muitas vezes.
Hoje à noite há um churrasco organizado pela ESN, ainda não sei se vou, mas espero conseguir ir.
Amanhã vou para Paris. Ir a Paris é um sonho, tal como Londres é uma cidade que pertence ao nosso imaginário e faz parte dos sítios obrigatórios a ir. Levo as expectativas muito elevadas, mas mesmo assim espero sair surpreendida.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Três dias inesqueciveis

Os últimos três dias em Portugal foram tão intensos que é difícil arranjar palavras para os descrever. Foram muitas emoções e muitos momentos marcantes. Foi o rever de muitas pessoas com quem não estava à muito tempo. Foi tudo isto junto que tornou este fim-de-semana inesquecível.
SÁBADO
"As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade, só as lembranças que doem ou fazem sorrir."
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A chegada a Lisboa.
O cortejo até à Reitoria.
"Há gente que fica na história da história da gente, e outros de quem nem o nome lembramos ouvir"


"São emoções que dão vida à saudade que trago"

"Há dias que marcam a alma e a vida da gente"

Os discursos na queima.
A família.
E os amigos.
E finalmente o momento alto do dia.
Sentes que o tempo acabou (...) qualquer coisa que não volta, que voou (...).
Levas em ti guardado o choro de uma balada, recordações de um passado (...).
Capa negra da saudade no momento da partida, segredos desta cidade levo comigo para a vida.
Sabes que o desenho do adeus é fogo que queima devagar (...).
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DOMINGO
"Eu estarei sempre que te sentires só,
Olha para mim, hoje não há batalhas, hoje não há tristeza, (...)
Olha para mim fica no meu abrigo(...) e conta comigo"
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Domingo foi dia de almoço e jantar de família. Foi muito bom estar em família.
Foi um almoço cheio de emoções, de fazer inveja a alguns dos melhores episódios da série "Irmãos e Irmãs". Mas no fundo, o mais importante é sempre estarmos todos juntos e partilharmos estes momentos.
O jantar acabou com discursos onde os sentimentos falavam mais alto.


SEGUNDA FEIRA
"Não sabemos nada do que somos nós, mas sabemos tanto do que muda por não estarmos sós"
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Há amigos que se conhecem há tantos anos que já se perdeu a conta. São aqueles amigos que sabe tão bem rever. São aqueles amigos que mesmo quando estamos muito tempo sem nos vermos é como se nada mudasse.
Não podia sair de Estremoz, sem dedicar algum tempo a estes amigos, porque preciso destes momentos com eles.
Depois da despedida dos amigos, a despedida de Estremoz...
...e do Alentejo.
Finalmente a chegada a Lisboa.
Para acabar as ultimas horas em Portugal, um cházinho, daqueles acompanhados com conversas intermináveis que nos fazem sentir tão bem. E como dizia a Sílvia, e "bastou 1 semana".


E na despedida de Lisboa, este nascer-do-sol, a dar à minha rua aquela claridade única que só em Lisboa se consegue ter.

"As ruas que a cidade tinha já eu percorrera, ai meu choro de moça perdida, gritava a cidade."