Ontem fomos ver o jogo de Portugal ao 3º andar. E embora eu não goste de ter a atitude " a galinha da vizinha é melhor que a minha" a verdade é que aquele andar parece ter muito melhor ambiente que o nosso. (pena só termos descobertos isso no fim). Depois do jogo do jogo foi a festa de despedida/aniversário da Simona. A Simona é romena muito romena, muito simpática e acessível com toda a gente. Viu-nos uma vez ou duas na residência e convidou-nos para a festa, ofereceu "pouleta" uma coisa amarela que os romenos comem com tudo e bolo romeno que tinha feito.
Entretanto já ando em "modo balanço" e ontem com 1 conversa com 1 iraniano, o Mahomed, pus-me a pensar em todas as pessoas que se cruzaram comigo estes meses (e não só).
O Mahomed venera a Magdalena, e não no sentido de paixão, porque pelos vistos é gay (eu merecia o prémio de cusca da residência). Mas o que me deu que pensar foi a forma como ela o marcou. O Mahomed vem de um país arábe ulta-conservador, de uma sociedade muito fechada, onde homens e mulheres não se misturam, onde os homens podem ter até 4 mulheres onde o j álcool assim como tantas outras coisas são proibidos. Com a Magdalena o Mahomed descobiu um mundo novo, de liberdade, leveza... bebeu cervejas, dançou em discotecas, passou noites em esplanadas, conversou com raparigas (coisas a que às vezes já não damos valor). Percebe-se porque é que ela o marcou tanto.
O que acho engraçado é esta forma que temos de marcar as outras pessoas, muitas vezes sem sequer nos apercebermos (assim com outras pessoas tem de nos marcar também sem se aperceberem).
E assim à medida que se vive deixamos marcas uns nos outros que transcendem, o tempo, a distância e as diferenças... A nossa capacidade para mudar a vida dos outros, é por vezes inesplicável.
E assim acabo o meu intervalo na revisão do relatório para entregar amanhã.