quarta-feira, 7 de julho de 2010

Fim (what is more true than the true?)

Último dia de Erasmus, enquanto faço tempo para ir apanhar o autocarro para o aeroporto aproveito para escrever o meu último post.
Estes 3 meses estiveram muito longe de tudo aquilo que eu esperava a vários níveis,
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Ainda é cedo para fazer um balanço, preciso de tempo (e não só) para processar tudo o que se passou aqui. Processar e tentar inserir na minha vida e na minha memória algo de bom que possa extrair daqui. Algum significado para tantos momentos...
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Uma das citações que a minha escritora preferida usa constantemente é "What is more true than the true? ...The story ", ou seja, mais real que as coisas que vivemos, são a forma como as contamos e como as guardamos para sempre connosco. E é isso que vou tentar fazer, criar na minha memória uma história destes 3 meses que valha a pena guardar.
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Por enquanto, vou regressar à vida que deixei em modo "pause". Regresso diferente, como todos voltamos, depois de experiências que positiva ou negativamente nos marcam, mas só espero que essa diferença seja o mais construtiva possível.
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...por último, um obrigada a todos os que fizeram com que eu sentisse que na amizade não há tempo nem distância..."Trazer-vos assim até ao fim do que eu puder, E começar um dia mais eternamente por vos rever" (Mafalda Veiga)

terça-feira, 6 de julho de 2010

in Bruges

Depois de visitar, Bruxelas, Gent e Antuérpia, só me faltava Bruges para completar a visita a todas as principais cidades flamengas da Bélgica.
À chegada à estação, a imagem de marca destas cidades, que as aproxima muito da cultura holandesa: bicicletas! Tal como Gent, Bruges é uma cidade medieval, muito bem recuperada, cheia de ruelas e canais para passear.
É uma cidade muito verde e com várias praças e pequenos recantos.

De todas as cidades belgas é provavelmente, juntamente com Bruxelas, a mais turística. É obrigatório em todos os programas turísticos depois da visita a Bruxelas, a visita a Bruges. E por ser tão turística está cheia de lojas para os turistas, inclusive tem uma rua, quase só com chocolatarias como estas aqui.

E ficam aqui mais fotos a mostras os canais (muito semelhantes a Amesterdão), as esplanadas...

O "Burg" uma praça empedrada, que segundo o guia do João foi noutros tempos o centro politico e religioso de Bruges e que liga com a praça principal.

A praça principal "Markt", que é a praça onde se realizava e realiza o mercado.

E mais outra praça...
E mais canais a fazer lembrar Amesterdão.































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Ao final da tarde, quando já me estava a ir embora, fui para por engano a um antigo "convento" de beguinas. Ignorância minha, não sabia o que era tal coisa, mas como estamos sempre a aprender, fui pesquisar e gostei da história, por isso conto-a aqui.
As beguinas pertenciam a uma irmandade laica (muitas delas viúvas de homens que tinham morrido durante as cruzadas) criada na Bélgica. Não faziam votos e dedicavam-se ao serviço dos outros. Ao contrário das outras irmandades, não viviam em conventos, mas em "Begijnhof" (beguinários) que foi o que eu visitei.
Parecia como que uma pequena cidade branca toda em volta de um largo com relva e árvores. Um sítio que transbordava serenidade e espiritualidade.
Pelo que li também, elas começaram a ser perseguidas por serem consideradas "espíritos livre heréticos". Típico!
Só para terminar aconselho irem ao youtube (porque não consigo por aqui a hiperligação) e verem os primeiros 10 minutos do filme. As imagens retratam muito bem esta cidade. E existe uma situação pela qual um personagem passa que reflecte a maneira de ser estas pessoas estranhas e com graves crises de personalidade que são os belgas.












segunda-feira, 5 de julho de 2010

Despedida da Helena

Hoje o meu dia começou a tratar de burocracias na VUB, fui lá deixar papelada para eles assinarem para eu levar para Portugal.
À hora de almoço fui com a Helena e a professora dela almoçar. Era o almoço da despedida, que era suposto ser num restaurante todo giro. Mas como o restaurante todo giro estava fechado, fomos almoçar à cantina.
O que aqui vai dar mais ou menos ao mesmo, a cantina é muito mais cara do que em Portugal (5euros) mas não há o senhor chato à porta a pedir os cartões e o espaço é bem mais giro. Gosto especialmente desta espécie de pátio interior.
Depois do almoço a Helena foi-se embora. Quando digo que tenho pena de não ter feito amigos neste Erasmus estou a ser injusta, considero que fiz uma grande amiga, a Helena.
No inicio, quando soube que vinha com ela, não sabia bem quem era. Lá me explicaram e pensei: "OK vamos nos conhecer e logo faço comentários". Já nós conhecemos, acho que já posso fazer comentários.
No inicio, tive pena de não vir com nenhuma das minhas amigas, daquelas com quem já vivi tantos momentos e que já nos conhecemos tão bem que achava eu tornaria tudo mais fácil.
Mas agora ao final destes 3 meses, acho que foi bem melhor assim, porque estes 3 meses deram-me oportunidade de conhecer uma pessoa que de outro modo não tinha conhecido.
A Helena por ser tímida não é uma pessoa que se dê logo a conhecer. E há tanta gente assim, com quem nos cruzamos todos os dias, e que nem sabemos o que estamos a perder por não conhecermos melhor.
Gostei da convivência diária com ela, da calma que mostra ter quando eu já estou meia a stressar. do espírito aventureiro para as viagens, do perfeccionismo nas coisas que faz, no cuidado que tem na forma com que trata as pessoas, nos sonhos em que acredita com tanta convicção (e como eu invejo essa capacidade de acreditar!), na transparência do olhar dela, que mostrava sempre quando estava feliz ou quando estava triste.
Enfim, é bom a vida dar-nos oportunidades de conhecermos novas pessoas. :)
Despedidas à parte, hoje voltei a tentar captar algumas imagens que fizeram parte dos meus dias aqui. Começando pela residência, que curiosamente se chama Erasmus, mas não é exclusiva para estudantes de Erasmus. A residência dos Erasmus aqui é o Botanique (que tinha umas famosas festas a que não chegamos a ir).

Por dentro da residência, os corredores dos quarto são um bocado claustrofóbicos. e nos últimos dias, como quase toda a gente já se foi embora, parecem de uma casa fantasma.

E a cozinha (acho que já falei aqui antes, ou pelo menos pensei nisso) que era uma caos à noite. Havia "turnos" por nacionalidades. Primeiro as russas almoçavam às 6 da tarde pratadas de massa com vegetais. Depois iam os africanos com panelões gigantes cozinhar, umas coisas com um cheiro horrível, de vez em quando também lá aparecia um chinês ou outro a cozinhar com pauzinhos (esses sim às vezes cozinhavam coisas que dava vontade de provar). Mas o auge da noite era sempre por volta das 23-24 quando os espanhóis rumavam à cozinha carregados de azeite para fazer os seus fritos e sandes de presunto. A animação dos espanhóis chamava sempre imensa gente para a cozinha. Nada que se compare com estas imagens agora da cozinha vazia.


Outra coisa em Bruxelas (por más razões) que não vou esquecer é o metro. É horrível! A organização das linhas éa coisa mais mal organizada e estruturada que eu conheço! E podem pensar, então são muitas linhas? Não, no fundo são 4 linhas, mas fazem o mesmo percurso por isso são só 2, mas depois há o tram que anda debaixo da terra, hum então são 3 linhas, não porque o tram também é duplo, ah, então são 4 linhas outra vez, não...6 linhas.... (e ainda há a estação que contem duas estações).
Se este texto parece confuso, o metro aqui é bem pior


Agora, vou continuar com as arrumações da mala (parece-me que vai ficar muita coisa cá).

domingo, 4 de julho de 2010

Último passeio em Bruxelas?

Depois da tese enviada ontem , hoje de manhã foi dia de começar a seleccionar algumas das coisas que ficam e algumas das coisas que voltam para Portugal.
À tarde fui dar uma passeio no centro (talvez o último) e aproveitei para tirar fotos das boas imagens que quero levar de Bruxelas.
A movimentada rua das lojas. O metro até aqui é rápido e dava sempre para vir dar uma voltinha para desanuviar.

Gosto do contraste desta imagem, por um lado a indiferença de todos nós que passamos e por outro lado a fragilidade de quem não tem nada. Infelizmente é uma imagem muito comum em Bruxelas, há muita miséria nas ruas de Bruxelas.

Hoje pela primeira vez reparei nesta parede pintada, com desenhos típicos de Banda Desenhada, também a contrastar com o fundo dos edifícios antigos. Mas Bruxelas é isto: contrastes.

Mais uma visita ao famoso (e pequeno) menino que faz chichi, ou como dizem cá o Manneken Pies.

Outra paragem obrigatória nas minhas idas ao centro era no morto que dá sorte. Dizem que se se tocar nesta estátua temos sorte, vale sempre a pena acreditar nisso e tentar (aliás pelo desgaste do metal, dá para perceber que muita gente tenta).

Mas a imagem que vou guardar sempre do centro de Bruxelas é sem dúvida a Grand Plaza, provavelmente das praças mais bonitas da Europa. notei durante estes 3 meses que cá estive que à medida que o calor ia aumentando, ia também aumentando a animação na praça. Pelo que me disseram, no Natal com todas as iluminações e em Agosto com o tapete de flores, vale mesmo a pena.
Outro sítio de que gosto muito em Bruxelas são as galerias, cheias de lojas de chocolates muito refinadas.

Entre a Grand Plaza e as galerias existe esta praça, sempre cheia de animação.

Bruxelas é também banda desenhada, há várias lojas no centro, como esta onde comprei dois livros do Tintim para (numa atitude muito egoísta) oferecer de "recuerdo" a mim.

Como já disse em posts anteriores Bruxelas está cheia de comunidades de emigrantes e uma das comunidades com uma presença mais forte é sem dúvida a brasileira, não só porque são muitos, mas porque trazem a alegria e expontaneidade dos brasileiros às ruas de Bruxelas, como aconteceu neste café, enquanto um grupo brasileiro tocavas, as pessoas começaram a dançar no passeio.

E agora só para acabar. Hoje a volta a França passou por Bruxelas, aqui ficam as imagens das únicas coisas parecidas com volta à França que encontrei (tenho pena pai, para a próxima tento arranjar-te fotos mesmo da meta :P)

sábado, 3 de julho de 2010

Relatório enviado


Este é o aspecto caótico da minha secretária no momento de enviar o relatório final. Foi uma semana difícil, muito calor, muito trabalho, muito pouca confiança. Foram dias de trabalho intensos passados nesta secretária, muito suor (literalmente), muito café, muitas horas sem dormir.
Ontem já tinha enviado parte, e pensei que hoje por volta da hora do almoço conseguia acabar. Mas há sempre mais qualquer coisa para escrever, qualquer coisa para acrescentar, e mesmo apesar de todo este trabalho este relatório está longe de ser um bom, mas com o mau trabalho que fiz no laboratório e a minha desmotivação teria sido difícil fazer melhor.
Agora não vale a pena pensar nisso, as 48 páginas e 11276 palavras já foram enviadas. Agora é aguardar pela resposta.
(e amanhã aproveitar o dia livre)


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Relatório e check-out

Depois de ontem ter tido uma longa noite de volta do relatório, hoje reuni-me com o meu professor e tenho que lhe o relatório enviar até 6ª à noite, ou seja tenho mais o dia de amanhã, para a acabar. Amanhã de manhã também vou fazer o check-out do quarto.
Com estas pequenas coisas realmente apercebo-me que isto está quase a acabar...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

As marcas que deixamos uns nos outros

Ontem fomos ver o jogo de Portugal ao 3º andar. E embora eu não goste de ter a atitude " a galinha da vizinha é melhor que a minha" a verdade é que aquele andar parece ter muito melhor ambiente que o nosso. (pena só termos descobertos isso no fim). Depois do jogo do jogo foi a festa de despedida/aniversário da Simona. A Simona é romena muito romena, muito simpática e acessível com toda a gente. Viu-nos uma vez ou duas na residência e convidou-nos para a festa, ofereceu "pouleta" uma coisa amarela que os romenos comem com tudo e bolo romeno que tinha feito.


Entretanto já ando em "modo balanço" e ontem com 1 conversa com 1 iraniano, o Mahomed, pus-me a pensar em todas as pessoas que se cruzaram comigo estes meses (e não só).

O Mahomed venera a Magdalena, e não no sentido de paixão, porque pelos vistos é gay (eu merecia o prémio de cusca da residência). Mas o que me deu que pensar foi a forma como ela o marcou. O Mahomed vem de um país arábe ulta-conservador, de uma sociedade muito fechada, onde homens e mulheres não se misturam, onde os homens podem ter até 4 mulheres onde o j álcool assim como tantas outras coisas são proibidos. Com a Magdalena o Mahomed descobiu um mundo novo, de liberdade, leveza... bebeu cervejas, dançou em discotecas, passou noites em esplanadas, conversou com raparigas (coisas a que às vezes já não damos valor). Percebe-se porque é que ela o marcou tanto.
O que acho engraçado é esta forma que temos de marcar as outras pessoas, muitas vezes sem sequer nos apercebermos (assim com outras pessoas tem de nos marcar também sem se aperceberem).
E assim à medida que se vive deixamos marcas uns nos outros que transcendem, o tempo, a distância e as diferenças... A nossa capacidade para mudar a vida dos outros, é por vezes inesplicável.
E assim acabo o meu intervalo na revisão do relatório para entregar amanhã.