Hoje o meu dia começou a tratar de burocracias na VUB, fui lá deixar papelada para eles assinarem para eu levar para Portugal.
À hora de almoço fui com a Helena e a professora dela almoçar. Era o almoço da despedida, que era suposto ser num restaurante todo giro. Mas como o restaurante todo giro estava fechado, fomos almoçar à cantina.
O que aqui vai dar mais ou menos ao mesmo, a cantina é muito mais cara do que em Portugal (5euros) mas não há o senhor chato à porta a pedir os cartões e o espaço é bem mais giro. Gosto especialmente desta espécie de pátio interior.
Depois do almoço a Helena foi-se embora. Quando digo que tenho pena de não ter feito amigos neste Erasmus estou a ser injusta, considero que fiz uma grande amiga, a Helena.
No inicio, quando soube que vinha com ela, não sabia bem quem era. Lá me explicaram e pensei: "OK vamos nos conhecer e logo faço comentários". Já nós conhecemos, acho que já posso fazer comentários.
No inicio, tive pena de não vir com nenhuma das minhas amigas, daquelas com quem já vivi tantos momentos e que já nos conhecemos tão bem que achava eu tornaria tudo mais fácil.
Mas agora ao final destes 3 meses, acho que foi bem melhor assim, porque estes 3 meses deram-me oportunidade de conhecer uma pessoa que de outro modo não tinha conhecido.
A Helena por ser tímida não é uma pessoa que se dê logo a conhecer. E há tanta gente assim, com quem nos cruzamos todos os dias, e que nem sabemos o que estamos a perder por não conhecermos melhor.
Gostei da convivência diária com ela, da calma que mostra ter quando eu já estou meia a stressar. do espírito aventureiro para as viagens, do perfeccionismo nas coisas que faz, no cuidado que tem na forma com que trata as pessoas, nos sonhos em que acredita com tanta convicção (e como eu invejo essa capacidade de acreditar!), na transparência do olhar dela, que mostrava sempre quando estava feliz ou quando estava triste.
Enfim, é bom a vida dar-nos oportunidades de conhecermos novas pessoas. :)
Despedidas à parte, hoje voltei a tentar captar algumas imagens que fizeram parte dos meus dias aqui. Começando pela residência, que curiosamente se chama Erasmus, mas não é exclusiva para estudantes de Erasmus. A residência dos Erasmus aqui é o Botanique (que tinha umas famosas festas a que não chegamos a ir).
Por dentro da residência, os corredores dos quarto são um bocado
claustrofóbicos. e nos últimos dias, como quase toda a gente já se foi embora, parecem de uma casa fantasma.
E a cozinha (acho que já falei aqui antes, ou pelo menos pensei nisso) que era uma caos à noite. Havia "turnos" por nacionalidades. Primeiro as russas almoçavam às 6 da tarde
pratadas de massa com vegetais. Depois iam os africanos com
panelões gigantes cozinhar, umas coisas com um cheiro
horrível, de vez em quando também lá aparecia um chinês ou outro a cozinhar com pauzinhos (esses sim às vezes cozinhavam coisas que dava vontade de provar). Mas o auge da noite era sempre por volta das 23-24 quando os
espanhóis rumavam à cozinha carregados de azeite para fazer os seus fritos e sandes de presunto. A animação dos
espanhóis chamava sempre imensa gente para a cozinha. Nada que se compare com estas imagens agora da cozinha vazia.
Outra coisa em Bruxelas (por más razões) que não vou esquecer é o metro. É
horrível! A organização das linhas éa coisa mais mal organizada e estruturada que eu conheço! E podem pensar,
então são muitas linhas? Não, no fundo são 4 linhas, mas fazem o mesmo percurso por isso são só 2, mas depois há o
tram que anda debaixo da terra, hum então são 3 linhas, não porque o
tram também é duplo, ah, então são 4 linhas outra vez, não...6 linhas.... (e ainda há a estação que contem duas estações).
Se este texto parece confuso, o metro aqui é bem pior
Agora, vou continuar com as arrumações da mala (parece-me que vai ficar muita coisa cá).